BRASIL

PF investiga esquema de fraude no Caixa Tem com prejuízo de R$ 2 bilhões

REDAÇÃO

28/04/2025 as 2:14 pm

A Polícia Federal investiga uma organização criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 2 bilhões entre 2020 e 2025, por meio do aplicativo Caixa Tem, utilizado para o pagamento de benefícios sociais. A fraude ocorreu em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro e envolveu o uso indevido de dados pessoais para acessar contas de beneficiários e sacar valores de forma ilegal.

Segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (28) pela Folha de S. Paulo, o esquema operava com o pagamento de propinas a funcionários da Caixa Econômica Federal e de casas lotéricas, que forneciam informações sigilosas de usuários. De posse desses dados, os criminosos simulavam acessos legítimos ao aplicativo e desviavam recursos vinculados ao Auxílio Emergencial, FGTS e seguro-desemprego.

O golpe utilizava programas de computador que emulavam celulares, possibilitando centenas de acessos simultâneos a contas no Caixa Tem. A estratégia consistia em retirar pequenos valores de maneira repetida, o que permitiu à quadrilha acumular somas milionárias ao longo dos anos.

Desde o lançamento do Caixa Tem, em abril de 2020, a Caixa Econômica Federal registrou cerca de 749 mil processos de contestação relacionados a movimentações suspeitas. De acordo com a instituição, aproximadamente R$ 2 bilhões já foram ressarcidos às vítimas das fraudes. O banco afirmou que colabora com as investigações e mantém monitoramento contínuo de seus sistemas para identificar irregularidades.

No dia 15 de abril, a Polícia Federal deflagrou uma operação para aprofundar a apuração do caso, cumprindo 23 mandados de busca e apreensão nas cidades de Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Macaé e Rio das Ostras. Durante a ação, foram apreendidos 20 celulares, seis notebooks, dois veículos e diversos documentos, que estão sendo analisados pela perícia.

Os investigados podem ser responsabilizados pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado, corrupção ativa e passiva e inserção de dados falsos em sistemas de informação. As penas podem chegar a 40 anos de prisão. A investigação segue em andamento para identificar outros envolvidos e aprofundar a origem dos recursos desviados.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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