Estudo da UEA mostra que planta amazônica pode substituir o mercúrio na extração de ouro

18/04/2025 as 1:35 pm

Uma pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) indicou que o extrato do pau-de-balsa (Ochroma pyramidale), planta nativa da floresta amazônica, pode substituir o mercúrio no processo de separação do ouro em garimpos. O estudo, realizado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), propõe uma alternativa mais segura, econômica e ambientalmente sustentável ao uso da substância tóxica amplamente empregada na atividade mineradora.

De acordo com os pesquisadores, o extrato aquoso das folhas do pau-de-balsa apresentou cerca de 80% de eficiência na separação do ouro de outros minerais presentes nos sedimentos. A proposta busca reduzir o uso do mercúrio, metal pesado responsável por graves danos à saúde humana e à biodiversidade da Amazônia.

A pesquisa foi conduzida em comunidades do Médio Madeira, no sul do Amazonas, com ações práticas no município de Manicoré, a 332 quilômetros de Manaus. Ao todo, 490 famílias agroextrativistas receberam assessoria técnica para o cultivo do pau-de-balsa, e 14 viveiros florestais foram implantados com foco no reflorestamento de áreas degradadas.

Segundo os responsáveis pelo projeto, além de diminuir os impactos ambientais da mineração, a técnica pode contribuir para o desenvolvimento social das comunidades envolvidas e para a recuperação da vegetação nativa. O próximo passo será testar a eficácia do método em outros contextos de exploração mineral e incentivar sua adoção por pequenos garimpeiros da região.

Foto: Divulgação/TV Brasil

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