Putin exige Donetsk e Lugansk para encerrar guerra, segundo jornal britânico

17/08/2025 as 12:08 pm

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, condicionou o fim da guerra na Ucrânia à entrega das regiões de Donetsk e Lugansk por parte de Kiev. A proposta foi apresentada na sexta-feira (15), durante uma cúpula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada no Alasca, segundo revelou neste sábado (16) o jornal britânico Financial Times.

De acordo com a publicação, que cita quatro fontes diretamente envolvidas nas conversas de paz, Putin também teria se comprometido a interromper os avanços militares nas regiões de Kherson e Zaporizhzhya, caso sua exigência fosse atendida. Os dois territórios, Donetsk e Lugansk, estão parcialmente sob controle russo há mais de uma década.

Ainda conforme o Financial Times, Trump repassou a proposta ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e a líderes europeus no sábado (16), por meio de uma ligação telefônica. Durante a conversa, o ex-presidente americano teria pedido que “abandonem os esforços para garantir um cessar-fogo de Moscou”.

Após a reunião, Putin declarou estar “sinceramente interessado em pôr fim” à guerra, mas destacou que um eventual acordo precisa ter “um caráter sólido e duradouro”, capaz de eliminar as causas do conflito iniciado em fevereiro de 2022.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou o encontro entre Putin e Trump como um diálogo “muito importante e substancial que poderia aproximar um acordo”. Peskov acrescentou, no entanto, que “naturalmente, o conteúdo do que foi discutido não pode ser tornado público”.

A proposta russa gerou reações imediatas entre os líderes europeus. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, alertou que “a partida na qual se joga o destino da Europa e o futuro da Ucrânia entrou em uma fase decisiva”. Em uma publicação na rede social X, Tusk afirmou que Putin demonstrou novamente sua astúcia e que “Moscou só respeita a força”.

Em resposta, Tusk e os chefes de governo da Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Finlândia, além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa, divulgaram uma declaração conjunta neste sábado (16).

O documento reforça que uma eventual solução para o conflito deve garantir à Ucrânia a liberdade de aderir à União Europeia e à OTAN, sem restrições ao seu Exército. A declaração também afirma que “uma solução negociada deve reconhecer a liberdade da Ucrânia de entrar na União Europeia e na OTAN e não pode conter cessões territoriais sem a anuência de Kiev”.

Foto: Reprodução/TASS

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