The Cure sempre foi mais do que uma banda de rock, foi um portal para outro universo onde o sombrio e o belo dançam juntos em uma valsa interminável. “Just Like Heaven”, lançada em 1987, é a epítome dessa dança. Uma música que mistura a melancolia inconfundível de Robert Smith com um ritmo que quase nos faz esquecer que o tema é, afinal, sobre a efemeridade do amor e a dor da perda. A faixa se destaca como um ponto alto na carreira da banda, com riffs de guitarra envolventes e uma batida cativante, enquanto Smith canta sobre um amor tão intenso que parece quase sobrenatural.
Poucos conseguem capturar o paradoxo de sentir alegria na tristeza como The Cure, e “Just Like Heaven” faz isso de forma magistral. Inspirada pelo amor duradouro de Smith por sua esposa, Mary Poole, a letra nos leva a uma montanha-russa emocional que é tão profundamente pessoal, mas universalmente compreendida. A música fala sobre encontrar o céu na terra com alguém e o terror de perder esse paraíso encontrado. Essa dualidade é o que mantém a música fresca e relevante, não importa quantos anos se passem.
VIDEO
Agora, décadas depois, The Cure está de volta após um hiato de 16 anos sem novas músicas, prometendo um álbum descrito por Smith como o mais “pessoal” até agora. A expectativa está no ar, com fãs antigos e novos aguardando ansiosamente para ver como essas novas músicas irão resonar com as experiências acumuladas de Smith — suas alegrias, suas dores, suas perdas. O próprio Smith promete uma jornada emocional profunda, mergulhando em temas dolorosos com a sensibilidade lírica que define a banda.
Para os aficionados de longa data e para aqueles que estão apenas começando a explorar o universo de The Cure, o próximo álbum promete ser uma celebração de tudo que torna esta banda única. “Just Like Heaven” continuará a ser um lembrete do poder eterno da música para tocar nossos corações e almas, nos transportando para momentos de pura emoção.
Enquanto aguardamos o novo capítulo nesta saga musical, que tal redescobrir “Just Like Heaven”? Dê play e deixe que a música te leve de volta ao primeiro amor, à primeira dor, e a tudo o que vem entre eles. Porque, no final das contas, é isso que a música faz de melhor: conecta-nos não só uns aos outros, mas também às memórias e sentimentos que definem nossa própria humanidade.
Angelo Gomes – Profissional de marketing, músico e colecionador de livros e cd’sInstagram – @angelogomesmktedu Foto: Reprodução