Uso de celular atinge quase 90% da população brasileira com 10 anos ou mais, revela o IBGE

24/07/2025 as 6:45 pm

O Brasil encerrou 2024 com um novo recorde no uso de telefones celulares. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 167,5 milhões de pessoas com 10 anos ou mais possuíam celular para uso pessoal, o que representa 88,9% desse grupo etário. O crescimento é atribuído à disseminação da tecnologia em todas as regiões e camadas sociais, incluindo áreas rurais e públicos anteriormente menos conectados.

Desde 2016, a proporção de brasileiros com celular aumentou 11,5 pontos percentuais. Apenas entre 2023 e 2024, o avanço foi de 1,3 ponto. O crescimento foi mais significativo nas zonas rurais, onde o índice passou de 54,6% em 2016 para 77,2% em 2024. Entre os idosos, o salto também chama atenção: a parcela com 60 anos ou mais que possui celular passou de 66,6% em 2019 para 78,1% no ano passado.

Apesar da ampliação, o aparelho ainda não é amplamente utilizado por todos os idosos. Muitos relatam dificuldades no uso ou não veem necessidade. Já entre os jovens de 10 a 13 anos que ainda não possuem celular, a preocupação com privacidade e segurança aparece como principal motivo, geralmente influenciada pelo controle dos responsáveis.

O celular segue como principal meio de acesso à internet. Em 2024, 98,8% das pessoas com 10 anos ou mais utilizaram o aparelho para navegar na rede. O uso da televisão para esse fim chegou a 53,5%, enquanto o computador foi utilizado por 33,4% e o tablet por 8,3%. Em 2016, o acesso por computador superava os 60%, enquanto o celular já registrava 94,8%.

A posse de celular entre os usuários da internet também aumentou, passando de 96,7% em 2023 para 97,5% em 2024. Nas áreas rurais, o índice subiu de 94,3% para 96%, ainda um pouco abaixo do registrado nas zonas urbanas, onde 97,7% acessam a rede pelo celular. A frequência de uso também se destaca: entre os que utilizaram a internet nos três meses anteriores à pesquisa, 95,2% afirmaram se conectar todos os dias, o maior percentual já registrado.

O estudo mostra ainda que 93,6% dos domicílios brasileiros possuíam acesso à internet em 2024, o equivalente a 74,9 milhões de residências. A expansão foi mais acelerada no meio rural, reduzindo a diferença em relação às cidades. Em 2016, apenas 35% dos lares no campo tinham internet. Em 2024, esse número chegou a 84,8%. Nas áreas urbanas, o índice alcançou 94,7%.

A presença de telefone móvel nos lares também atingiu o maior patamar já registrado, alcançando 97%. Em contrapartida, apenas 7,5% das residências ainda mantêm linha fixa. Em 89,9% dos lares, o celular é o único aparelho telefônico.

A internet tem se consolidado tanto pela banda larga móvel quanto pela fixa. A conexão móvel subiu de 83,3% para 84,3% entre 2023 e 2024. Já a banda larga fixa passou de 86,9% para 88,9%. A cobertura da rede móvel chegou a 92% dos domicílios.

Entre os idosos, o uso da internet também apresentou avanço expressivo. Em 2019, apenas 44,8% das pessoas com 60 anos ou mais estavam conectadas. Em 2024, esse percentual subiu para 69,8%. A maioria dos que utilizam a rede navega diariamente, mantendo tendência de crescimento contínuo.

Apesar do aumento geral da conectividade, as desigualdades raciais ainda persistem. Em 2024, 90% das pessoas brancas utilizaram a internet, contra 88,6% dos pardos e 88,4% dos pretos. Em 2016, essa diferença era mais acentuada, com índices de 72,6% entre brancos, 60,3% entre pardos e 63,9% entre pretos.

A pesquisa, realizada no quarto trimestre de 2024, avaliou o acesso à internet, à televisão e à telefonia nos domicílios brasileiros, além da posse de celular entre pessoas com 10 anos ou mais.

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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