O que leva uma pessoa bem-sucedida a arriscar sua vida ou a comprometer sua segurança em troca de uma experiencia exótica ou uma descoberta fantástica? Em uma análise antropológica do comportamento excêntrico de algumas pessoas, podemos condenar, precipitadamente, a saída da zona de conforto ou abandono do óbvio daqueles que se recusaram a o comportamento comum.
Recentemente ocupou os noticiários e mídias sociais o caso do submarino que visitava o que restou do navio Titanic, com tripulantes abastados, o mesmo implodiu por alguma falha técnica ou de segurança o que não vem ao caso, pois, o que queremos aqui é questionar os comentários que se cercam ao assunto no que se refere ao motivo da ida e da exposição aos riscos que os tripulantes se submeteram. Os julgamentos, anônimos, são os mais contundentes e firmes, sempre daqueles que nunca ousaram mudar sequer o caminho de volta para casa, porém, usufruem das facilidades e invenções de quem simplesmente ousou mudar o usual.
Tenho que concordar com John Stuart Mill, filósofo e economista britânico, quando dizia que “a excentricidade é uma propriedade maravilhosa da existência humana”, penso que devemos respeitar as pessoas que ousam, inovam e que não se acomodam e usam verdadeiramente sua liberdade, criando novas possibilidades e condições de vida, afinal devemos as essas pessoas muitas das comodidades e invenções usuais, que já foram no passado motivos de piadas e comentários maldosos de quem não visualizava o que olhos mais livre e sem amarras com o tempo viam. Como brasileiro, e para fugir de qualquer anacronismo vou trazer como exemplo Santos Dumont, inventor do avião, sim, inventor do avião como conhecemos, autopropelido jamais catapultado. Imaginem que nosso compatriota por diversas vezes foi tido como louco tendo em vista várias quedas e quase morte com balões nos telhados das casas e prédios em Paris, a mais famosa foi a queda nos telhados da Princesa Isabel, que residia à época na capital Francesa.
Imaginem que Santos Dumont, tinha como uma de suas excentricidades, chegar em restaurantes para jantar usando um de seus balões, pousando e os amarrando a postes de iluminação pública da cidade luz. Imaginem a cena naquela época, excentricidade pura, exibicionismos ou simplesmente a liberdade de fugir do trivial? Fugindo dos céus o excêntrico Santos Dumont, imaginem, teve o primeiro carro a combustão do Brasil um Peugeot type 3 e em seguida um veículo Renault elétrico, emparelhava a garagem do gênio. Tal costume era quase insano no Brasil uma vez que as carruagens sem cavalos eram inovadoras até para o velho continente imaginem no Brasil.
Lembrando que nosso ilustre excêntrico nos deu de presente o avião, quando publicou os planos da “Demoiselle” na afamada revista Popular Mechanics, mais um avanço futuro do que viramos a denominar atualmente como “códigos abertos” ou seja qualquer empresa poderia construir a máquina sem qualquer custo.
Para finalizarmos nosso raciocínio sobre excentricidades humanas, quero voltar a iluminar o pensamento de Dumont sobre as críticas “haters” da época: Santos dizia que “ é mais proveitoso ignorar as opiniões sobre o que não se vê sobre meus trabalhos e simplesmente seguir em frente”, a mais pura verdade que deve ser disseminada na atualidade e para a posteridade.
Foto: Divulgação/OceanGate
Diogo Augusto , o turco, marido, pai, empreendedor, colecionador, pensador, curioso.