O Brasil é frequentemente associado à corrupção, sendo um dos países mais mencionados nesse aspecto. A corrupção tem sido um problema crônico e endêmico do país, que impacta negativamente na economia, na moralidade e na confiança de cidadãos e também de possíveis investidores. As frases “o Brasil não é confiável”; “O Brasil não é para amadores”; “Custo Brasil” (essa se referindo as propinas pagas as autoridades) são mantras negativos que assolam nossas instituições e empresas.
Não obstante, penso no Brasil com a ótica simplista da teoria do “carro com a janela quebrada” o conceito amplamente utilizado para explicar como a corrupção se perpetua em um ambiente. A teoria sugere que, se um carro estacionado em uma rua possui uma janela quebrada, isso envia uma mensagem de que a área é negligenciada e que a impunidade prevalece. Isso encoraja outras formas de vandalismo e infrações, pois a sensação é de que não haverá consequências para tais atos.
Nesse sentido a corrupção no Brasil, a teoria do “carro com a janela quebrada” pode ser aplicada para explicar como a impunidade e a falta de responsabilização dos corruptos contribuem para a perpetuação desse problema, e o fato de não se divulgar ou esconder crimes de corrupção não reflete a ausência dos mesmos. Quando as pessoas percebem que a corrupção é tolerada e que os corruptos frequentemente escapam das consequências de seus atos e são por vezes guindados a um “heroísmo”, isso cria um ambiente propício para a proliferação de práticas corruptas.
A teoria também destaca a importância de uma abordagem preventiva, ou seja, reparar a janela quebrada o mais rápido possível para evitar a escalada de delitos. No contexto da corrupção, isso significa fortalecer as instituições de combate à corrupção, aumentar a transparência e a fiscalização das atividades governamentais, e garantir que os responsáveis sejam responsabilizados pelos seus atos, essas são medidas que independente do posicionamento ideológico, pessoas de boa índole concordam que só há benefícios, afinal, controle e transparências nunca são demais.
Ressaltamos, porém, a corrupção no Brasil é complexa, que envolve diversas variáveis socioeconômicas, culturais e políticas a teoria em questão é apenas uma perspectiva para entender e abordar essa ferida nacional.
Oportunidade em que clamo para que o ano que se aproxima seja um ano em que as “janelas quebradas” sejam reparadas e que algumas nem cheguem a serem apedrejadas. Precisamos evoluir, o país, temos que deixar de ser o eterno país do futuro e passar a viver bem o presente. Vejo todos na próxima semana. Até lá!
Diogo Augusto , o turco, marido, pai, empreendedor, colecionador, pensador, curioso.
Foto: Freepick