Com inflação fora da meta, Banco Central mantém juros em 15% e afasta possibilidade de corte

23/10/2025 as 6:19 pm

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (23), em Jacarta, na Indonésia, que a taxa básica de juros, a Selic, continuará em patamar elevado por um período prolongado. A declaração foi feita durante o Fórum Econômico Indonésia-Brasil e tem como justificativa o fato de que a inflação e as expectativas de preços seguem fora da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

Atualmente fixada em 15% ao ano, a Selic deve continuar nesse nível para assegurar o retorno da inflação à meta de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual. Segundo Galípolo, a economia brasileira passa por um processo de desinflação considerado “relativamente rápido”, resultado da “postura rígida do BC”.

Apesar do crescimento econômico e da queda no desemprego, os índices de inflação seguem elevados. De acordo com o presidente da autarquia, “a economia brasileira vem crescendo de forma contínua, e ainda assim a inflação permanece fora da meta. Por isso, o Banco Central precisa manter a taxa de juros em nível elevado e restritivo por um período prolongado, combinando crescimento, baixo desemprego e controle de preços”.

A avaliação do mercado financeiro reforça o alerta emitido pelo BC. Conforme a pesquisa Focus, a mediana das projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aponta que a inflação deve encerrar 2025 em 4,70%, sem expectativa de convergência para o centro da meta antes de 2028.

Em setembro, o IPCA subiu 0,48%, acumulando alta de 5,17% em 12 meses.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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