Funcionários da Petrobras iniciam paralisação por tempo indeterminado em todo o país

15/12/2025 as 8:36 pm

Funcionários do Sistema Petrobras iniciaram, à meia-noite desta segunda-feira (15), uma greve nacional por tempo indeterminado, com paralisações em diversas unidades da estatal em todo o país. A mobilização ocorre em resposta à rejeição da segunda contraproposta apresentada pela empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), considerada insuficiente pelas entidades sindicais. Entre os principais motivos da paralisação estão a falta de avanços em relação aos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, a necessidade de melhorias no plano de cargos e salários e a defesa da manutenção da Petrobras como empresa pública.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o movimento já teve forte adesão nas primeiras horas do dia, com a entrega da operação das plataformas localizadas no Espírito Santo e no norte do Rio de Janeiro às equipes de contingência da companhia. No Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas, a FUP informou que “100% da operação aderiu ao movimento”. Ainda de acordo com a entidade, trabalhadores de seis refinarias também aderiram à paralisação e não realizaram o revezamento de turno às 7h da manhã: “Até o momento, estão sem troca nos grupos de turno as refinarias Regap (Betim-MG), Reduc (Duque de Caxias-RJ), Replan (Paulínia-SP), Recap (Mauá-SP), Revap (São José dos Campos-SP) e Repar (Araucária-PR)”.

A proposta mais recente da Petrobras foi apresentada na última terça-feira (9), mas os sindicatos afirmam que o texto não contemplou os três pontos centrais da pauta da categoria. As entidades criticam especialmente a ausência de uma solução definitiva para os PEDs, que, segundo a FUP, “impactam diretamente a renda de aposentados e pensionistas”, além da falta de garantias de recomposição salarial sem mecanismos de ajuste fiscal e de uma política que fortaleça o papel estratégico da estatal.

Em nota, a Petrobras confirmou que “foram registradas manifestações em unidades da companhia em virtude de movimento grevista”, mas garantiu que “não há impacto na produção de petróleo e derivados” e que “o abastecimento ao mercado está garantido”. A empresa também afirmou que “respeita o direito de manifestação dos empregados e mantém um canal permanente de diálogo com as entidades sindicais, independentemente de agendas externas ou manifestações públicas”. A estatal declarou ainda que segue empenhada em concluir a negociação do ACT junto às entidades representativas.

Foto: Agência Brasil/Tânia Rêgo

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