Dívida de R$ 15 bilhões leva Justiça a decretar falência da operadora Oi

10/11/2025 as 5:54 pm

A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta segunda-feira (10), a falência da operadora de telecomunicações Oi, após quase uma década de tentativas frustradas de recuperação financeira. A decisão, tomada pela 7ª Vara Empresarial, teve como base o reconhecimento formal da própria empresa e do interventor judicial sobre a incapacidade de manter as operações e honrar os compromissos financeiros, que somam cerca de R$ 15 bilhões.

A medida ocorre após anos de deterioração financeira. Em 2016, a companhia já havia recorrido à Justiça para entrar em recuperação judicial com um passivo de R$ 65 bilhões. Desde então, diversos planos foram apresentados na tentativa de reverter a crise, mas sem sucesso. A atual receita da Oi, estimada em R$ 200 milhões por mês, é insuficiente para equilibrar as contas. O patrimônio da empresa, descrito como esvaziado, apresenta dificuldades de venda ou liquidação, inviabilizando novas negociações.

A sentença determina que a liquidação seja realizada de forma organizada, com o objetivo de preservar os ativos e garantir a continuidade dos serviços considerados essenciais. A Oi possui contratos com aproximadamente 4,6 mil órgãos públicos em todo o país, incluindo forças de segurança, defesa civil, loterias e instituições federais. Parte desses serviços já começou a ser transferida para outras operadoras, como no caso do Cindacta, cuja estrutura foi assumida pela Claro no mês passado.

Durante o período de transição, a Oi continuará operando temporariamente, sob a administração do escritório Preserva-Ação, que já atuava como interventor após o afastamento da diretoria e do conselho de administração. Os demais administradores judiciais foram dispensados.

Com a falência decretada, a Justiça suspendeu todas as ações e execuções em curso contra a empresa e autorizou os credores a convocarem uma assembleia para instituir um comitê que acompanhará a liquidação. O atual gestor judicial, Bruno Rezende, foi mantido à frente do processo.

Antes da decisão, a empresa ainda tentou renegociar os prazos com os credores por meio de um pedido de aditamento ao plano de recuperação. No entanto, diante do agravamento do cenário financeiro e da constatação de que não havia possibilidade real de recuperação, a proposta não foi considerada.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

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