“Deus não julga com base nas aparências, mas nas obras e nas intenções do coração”, afirma Papa

07/12/2025 as 9:42 am

Neste domingo (7), durante a tradicional oração do Angelus na Praça São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco afirmou que “Deus não julga com base nas aparências, mas nas obras e nas intenções do coração”. A declaração foi feita diante de milhares de fiéis e peregrinos que acompanhavam o Pontífice na celebração do II Domingo do Advento, período que marca a preparação para o Natal no calendário litúrgico católico.

A reflexão do Papa teve como base o Evangelho do dia (Mt 3, 1-12), que apresenta a figura de João Batista como o precursor de Jesus Cristo. João, pregando no deserto da Judeia, exortava: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu!”. Segundo o Santo Padre, o apelo do Batista permanece atual e necessário. “Na oração do Pai-Nosso, pedimos todos os dias: ‘Venha a nós o vosso reino’. O próprio Jesus no-lo ensinou. E com esta invocação, orientamo-nos para o Novo que Deus tem reservado para nós”, disse o Papa. Ele ressaltou que o Reino de Deus não se impõe pela força, mas pela libertação espiritual: “um evangelho: uma verdadeira boa notícia, que nos motiva e nos envolve”.

Francisco explicou que, embora o tom de João Batista fosse severo, suas palavras eram ouvidas com atenção porque ecoavam um chamado divino à seriedade da vida e à preparação para o encontro com Deus. O Papa observou que até mesmo João se surpreenderia com a forma como o Reino se revelaria em Jesus: “na mansidão e na misericórdia”. Citando o profeta Isaías, Francisco destacou a imagem do rebento que brota de um tronco seco, símbolo da renovação espiritual alimentada pelos dons do Espírito Santo.

Durante a alocução, o Pontífice também recordou que, há exatamente sessenta anos, em 1965, era encerrado o Concílio Vaticano II. Para ele, a experiência vivida naquele momento histórico permanece viva na caminhada da Igreja rumo ao Reino de Deus. “Então, não só brotam realidades que pareciam fracas ou marginais, mas realiza-se o que humanamente se diria impossível”, declarou, fazendo referência à profecia de Isaías: “o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o novilho e o leão comerão juntos, e um menino os conduzirá”.

Ao final da mensagem, o Papa reforçou o convite à vigilância espiritual e à esperança. “Nada é impossível para Deus. Preparemo-nos para o seu Reino, acolhamo-lo. O menino, Jesus de Nazaré, guiar-nos-á! Ele, que se colocou nas nossas mãos, desde a noite do seu nascimento até à hora sombria da morte na cruz, brilha sobre a nossa história como o Sol nascente. Um novo dia começou: despertemos e caminhemos na sua luz!”, afirmou.

Francisco concluiu com uma exortação ao protagonismo de cada cristão na construção de um mundo novo. “As luzes ao longo das ruas lembram-nos que cada um de nós pode ser uma pequena luz, se acolher Jesus, rebento de um mundo novo. Aprendamos a fazê-lo com Maria, nossa Mãe, mulher da espera confiante e da esperança”, disse, encerrando o Angelus com uma mensagem de fé e renovação.

Foto: VaticanNews

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